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Geodesign aposta na valorização de resíduos através do design Voltar

quarta-feira, 20/12/2017   
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O projeto Geodesign conta com a intervenção do Centro para a Valorização de Resíduos (CVR), unidade de interface da Universidade do Minho (UMinho).
O projeto Geodesign visa o desenvolvimento de novos produtos e soluções arquitetónicas, com forte incorporação de design, destinados à arquitetura (nomeadamente, ao nível da hotelaria e mobiliário urbano), utilizando materiais inovadores. Outro dos objetivos do Geodesign passa por desenvolver o processo tecnológico inerente à manufatura, ao pré-tratamento dos resíduos industriais e aos processos de moldação, conformação e acabamento, bem como testar, em escala piloto, a produção dos mesmos. Será também avaliado o impacto económico e ambiental desses processos, quando aplicados a um vasto leque de resíduos industriais.

“O nosso objetivo é pegar nos resíduos provenientes da indústria e transformá-los em produtos para a construção, hotelaria, mobiliário urbano, entre outros. Para isso, os materiais têm de ter características ligantes, mas não queremos recorrer ao cimento porque é um material altamente poluente e consome muitos recursos”, explicou Tiago Miranda, um dos coordenadores do projeto e investigador do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE) da EEUM.

A solução passa por desenvolver misturas de resíduos com ligantes à base de cal, um material menos poluente, ou recorrer à ativação alcalina dos próprios resíduos, que faz com que estes, depois de submetidos a um processo específico, adquiram eles próprios características de um material ligante. “Numa fase posterior, vamos escolher um conjunto de misturas de composições que se revelarem mais promissoras, do ponto de vista do comportamento mecânico. Vamos ter 10 formulações com diferentes tipos de resíduos e ligantes, para depois desenvolvermos os produtos destinados ao revestimento de paredes, barreiras acústicas, mobiliário urbano, entre outros”, clarificou o investigador.

O uso de resíduos industriais permitirá substituir matérias-primas cada vez mais escassas ou caras, assim como aproveitar resíduos que, de outra forma, seriam desperdiçados e depositados em aterro. Será ainda desenvolvido um portefólio de protótipos de ecoprodutos inovadores, com o principal objetivo de divulgar os resultados obtidos.

O projeto Geodesign resulta de um consórcio entre a UMinho e a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, num trabalho conjunto que será testado pelo CVR e desenvolvido ao nível do design pela empresa Francisco M. Providência Design Lda, para posterior fabrico de peças pela Waste 2 Value S.A., empresa promotora do projeto. Com a duração de três anos – 2016 a 2019 –, o Geodesign conta com um financiamento de cerca de 630 mil euros, e é financiado pelo programa operacional Norte 2020.

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