terça-feira, 13/12/2016
AvePark, Caldas das Taipas, Guimarães
Alexandra Marques e Ana Rita Duarte contam com dois milhões de euros cada nos próximos cinco anos para criar modelos de pele 3D e estudar solventes de nova geração, respetivamente.
O
Conselho Europeu de Investigação (ERC) atribuiu duas bolsas
milionárias a cientistas do Grupo 3B’s - Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da
Universidade do Minho. Estas bolsas de consolidação de carreira (Consolidator
Grant) são das mais prestigiadas a nível europeu. As cientistas Alexandra
Marques e Ana Rita Duarte vão contar com um financiamento de dois milhões de
euros cada nos próximos cinco anos para criar modelos de pele 3D e estudar
solventes de nova geração, respetivamente.
O trabalho de Alexandra Marques visa a conceção de modelos de pele 3D que
recriem de forma precisa a estrutura e a complexa organização deste tecido,
incluindo a sua componente vascular, além de exibir as patofisiologias de
algumas doenças associadas. “É uma oportunidade única para desenvolver um
método capaz de criar modelos 3D de tecidos humanos com melhor funcionalidade
e, portanto, mais fidedignos, permitindo gerar mais conhecimento sobre doenças
incuráveis e com elevada mortalidade, como o cancro da pele, e contribuir para
descobrir terapias mais promissoras”, afirma a investigadora de 41 anos. O
projeto “ECM_INK: Cells-self Extracellular
Matrices-based Bioinks to create accurate 3D diseased skin tissue models”, que
cruza a biologia celular, ciência dos materiais e engenharia biomédica,
pretende assim dar resposta às limitações verificadas nas soluções clinicamente
disponíveis.
Já o projeto de Ana Rita Duarte, intitulado
“Des.Solve: when solids become liquids - natural deep eutectic solvents for
chemical process engineering”, pretende
responder a questões do tipo: como podem misturas de compostos naturais como
açúcares, aminoácidos ou ácidos orgânicos serem vistos como solventes
alternativos em engenharia química? A cientista, com trabalho reconhecido
internacionalmente em tecnologias verdes, tem até 2021 para responder a esta
pergunta. Foca a investigação nas potencialidades dos “natural deep eutectic solvents”, que combinados numa determinada
proporção tornam-se líquidos e menos nocivos. “Estes solventes de última
geração terão um contributo muito importante para um desenvolvimento industrial
mais sustentável, nomeadamente nas áreas de extração, biocatálise e
farmacêutica”, realça Ana Rita Duarte, de 38 anos.
A Consolidator Grant tem a sua avaliação baseada, em 50%,
no currículo do cientista e, em 50%, na excelência do projeto a executar, do
seu grau de risco e da abordagem radicalmente inovadora nas fronteiras da
ciência. Neste concurso de 2016, Portugal obteve quatro Consolidator
Grants, sendo duas para a UMinho,
através do Grupo 3B’s. A UMinho já conseguiu cinco bolsas nos diversos
concursos do ERC: uma de iniciação de carreira, duas de consolidação de
carreira e duas bolsas avançadas para cientistas estabelecidos. Quatro destas
bolsas foram atribuídas a investigadores do Grupo 3B’s da Escola de Engenharia da UMinho.
+Info: www.3bs.uminho.pt, erc.europa.eu/consolidator-grants