Diogo Cunha e Ismael Graça, alunos do Mestrado em Tecnologia e Arte Digital (MTAD) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) estiveram presentes no Open Day do GNRation, em Braga, onde apresentaram os trabalhos desenvolvidos no âmbito deste segundo ciclo de estudos. O evento deste ano contou ainda com a exposição do artista holandês Tarik Barri, que já trabalhou com nomes bem conhecidos da música como Nicolas Jaar e Thom Yorke (Radiohead).
A exposição dos dois alunos consistiu em mostrar instalações artísticas ligadas à media art – artes que envolvem media interativos ou meios digitais –, de forma a que o público consiga interagir com aquelas obras de arte, através dos meios tecnológicos. O objetivo destas instalações artísticas produzidas pelos alunos passou por comunicar ciência, recorrendo a conceitos de nanotecnologias aliados às media arts. O trabalho de Ismael Graça versou sobre uma instalação interativa, onde as pessoas puderam tocar numa projeção de ecrã, que acabou por servir de metáfora para os microscópios atómicos utilizados na nanotecnologia. Já o trabalho de Diogo Cunha tratou-se de um videojogo para telemóvel, que utilizava geolocalização e realidade aumentada para mostrar ao utilizador o mundo da nanoescala – que permite ver, através de simulação, o que não é visível a olho nu. “Recorrendo a tecnologias como visão por computador, realidade aumentada e aplicações móveis, conseguimos criar experiências interativas. A nanotecnologia não é visível à escala e olho nu, pelo que recorremos à arte digital para criar metáforas e comunicar os conceitos de física quântica”, explicou Diogo Cunha, aluno do MTAD da EEUM.
O MTAD da EEUM é um mestrado multidisciplinar que junta docentes de quatro Escolas/Institutos da própria Universidade do Minho – Escola de Engenharia, Escola de Arquitetura, Instituto de Ciências Sociais e Instituto de Educação. Este mestrado explora vertentes da Engenharia como a programação, eletrónica e visão por computador, mas ambiciona aplicá-las ao mundo artístico: “Um programador faz software, bases de dados, enquanto um artista digital usa algoritmos digitais para criar efeitos visuais, música, tudo o que sejam experiências interativas”, reforçou Diogo Cunha.
O MTAD orienta-se para a construção de um perfil profissional que privilegia competências especializadas de intervenção autónoma e qualificada, e de experimentação cientificamente controlada no âmbito da aplicação e exploração das tecnologias nos domínios da arte, da expressão cultural, da educação e do entretenimento. Ao longo dos dois anos de duração do curso, são privilegiadas as componentes: teórica, que apela à investigação metodológica e aos trabalhos de síntese; a prática e de experimentação, através da realização de projetos integrados multidisciplinares; e a de investigação e desenvolvimento em ambiente profissional. Os mestres ficam habilitados para assumir funções de conceção, desenvolvimento, coordenação e gestão científico-tecnológica de projetos de tecnologia e arte digital, experimentando e expandindo atuais e novas narrativas estéticas nos domínios de intervenção da arte, da expressão cultural, da educação e do entretenimento.
