O projeto europeu Jobs for Work 4.0 – The Future of Employment, coordenado pela Universidade do Minho, é um dos atuais projetos de parcerias estratégicas levado a cabo por investigadores da EEUM, em colaboração com entidades de outros 6 países europeus.A equipa de investigadores pretende analisar o impacto das transformações digitais no mercado de trabalho num horizonte expectável de cerca de 10 anos. A ideia é reunir projeções de evolução tecnológica e informação sobre o impacto que as tecnologias poderão ter no trabalho e definir orientações para os formadores e orientadores vocacionais delinearem formações que promovam a empregabilidade futura dos indivíduos, preparando-os para as necessidades do mercado de trabalho num futuro próximo.
"Todos sabem que o mercado de trabalho vai sofrer alterações muito profundas, mas ninguém sabe quais são", refere Isabel Ramos, coordenadora do projeto na UMinho. "O futuro vai precisar cada vez mais de pessoas formadas nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, pela complexidade tecnológica a que a sociedade futura vais estar sujeita, mas também pelos problemas que afetam a humanidade, nomeadamente questões ambientais, conflitos globais ou partilha de recursos", acrescenta a investigadora. Não obstante, o consórcio reconhece que a digitalização do trabalho levará inevitavelmente ao desaparecimento ou transformação de algumas profissões e atividades, fazendo ainda emergir novas, pelo que é necessário preparar os atores do mercado para este impacto. O projeto foca a necessidade de criar competências mais resilientes à transformação do emprego, mais relacionadas com as capacidades humanas, tais como criatividade, competências sociais, liderança, entre outras.
Numa primeira fase do projeto, os parceiros realizaram um levantamento de informação sobre o nível de consciencialização em cada país do consórcio sobre os impactos da transformação digital no emprego. Sob a responsabilidade da equipa da Universidade do Minho, a segunda fase, a concluir até final de 2017, pretende preparar um guia com linhas de orientação para a formação, intitulado "Work 4.0 – Awareness Raising Guidelines". O documento inclui o ponto de situação das tendências do mercado de trabalho e ainda orientações concretas para a área da formação profissional. Posteriormente, o consórcio criará um pacote de recursos (resource pack), disponibilizando uma proposta de perfis e estratégias de formação que implementem as diretrizes resultantes do guia de orientações. "Queremos inspirar os agentes no terreno a desenvolverem a sua própria oferta formativa com base nos materiais que produzimos", refere Isabel Ramos. Na última fase do projeto, a equipa irá desenvolver aplicações para smartphone, com a finalidade de permitir aceder aos conteúdos informativos desenvolvidos ao longo do projeto e ainda facilitar a comunicação entre atores do mercado de trabalho, promovendo a troca de experiências. Os resultados do projeto ficarão disponíveis para toda a comunidade, pelo que cada ator no mercado de trabalho poderá desenvolver a sua própria oferta formativa.
Em Portugal, o projeto contou já com a colaboração do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, da ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, entidades que já se manifestaram interessadas em colaborar com o consórcio na execução do projeto. A equipa pretende envolver ainda outras associações profissionais e entidades envolvidas na definição de formações profissionais.
Com início em novembro de 2016 e conclusão expectável para outubro de 2018, o projeto é levado a cabo por um consórcio coordenado pela Universidade do Minho, a única instituição de ensino superior no projeto, e conta com mais 6 parceiros oriundos de Itália, Chipre, Áustria, Eslováquia, Eslovénia e Irlanda, todos entidades com atividade no âmbito do emprego e formação profissional.
+ info: http://work40.dsi.uminho.pt/
