O projeto HeritageCARE está inserido no programa Interreg-SUDOE e dedica-se à implementação de um sistema de monitorização e conservação preventiva do património com valor histórico e cultural no sudoeste europeu. O objetivo passa por desenvolver uma estratégia de monitorização integrada e sustentável, criando-se uma entidade sem fins lucrativos que fará inspeções periódicas aos edifícios, aconselhando e alertando os proprietários para as boas práticas de conservação.
Além da UMinho, através do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE) e o Instituto para a Bio-Sustentabilidade (IB-S), estão presentes de Portugal a Direção Regional de Cultura do Norte e o Centro de Computação Gráfica. De Espanha participam a Fundação Santa Maria Real do Património Histórico, a Universidade de Salamanca, o Instituto Andaluz do Património Histórico e, de França, as universidades de Limoges e Blaise Pascal.
“O que se pretende com este projeto é ter ações regulares de inspeção preventiva junto dos proprietários no tempo certo e com a devida antecedência”, explica o docente do Departamento de Engenharia Civil da EEUM, Luís Ramos. Depois da fase de diagnóstico, os proprietários vão ser aconselhados pelos inspetores a executar pequenas ações úteis para a salvaguarda do património, a fim de evitar custos financeiros adicionais.
O objetivo final do HeritageCARE consiste na criação de uma entidade amiga dos proprietários que seja autossustentável e que garanta a sustentabilidade dos resultados no futuro. “Este é um projeto para as pessoas. Vamos trazer o que há de melhor nos nossos centros de investigação para a sociedade, no que diz respeito à conservação e monitorização preventiva”, esclarece Luís Ramos.
O investigador não tem dúvidas de que o projeto é merecedor do apoio da UE, pois contribuirá para o desenvolvimento regional no sul da Europa. “Há muita coisa em comum entre Portugal, Espanha e França e a abordagem perante o património é muito similar. Se definirmos uma metodologia baseada em critérios científicos, vamos poder aplicá-la nos três países”, destaca. O projeto pretende estender-se para outros países como a Itália, líder no património classificado pela UNESCO. Contudo, esta extensão só virá a acontecer numa fase posterior, quando a metodologia já estiver definida e implementada.
O HeritageCARE conta ainda com 11 parceiros no terreno, onde se destacam a Associação Portuguesa das Casas Antigas, a Arquidiocese de Braga, o Grémio do Património, a Associação Espanhola de Gestores do Património Cultural, a Escola Superior de Arquitetura de Clermont-Ferrand, entre outros.
Este projeto, sob a liderança da UMinho, envolve oito parceiros beneficiários e conta nos próximos três anos com 1.68 milhões de euros provenientes de fundos comunitários do programa Interreg-SUDOE, dos quais 1.28 milhões de euros através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).