Ignorar Comandos do Friso
Saltar para o conteúdo principal
EN PT

EEUM aposta na sustentabilidade Voltar

sexta-feira, 23/12/2016   
3
A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) está a levar a cabo uma série de projetos que visam a sustentabilidade. Projetos como o Fibrenamics Green ou Travetec mostram o que de melhor se faz nesta área.
Inovação e sustentabilidade são as duas características que melhor definem o Fibrenamics Green, uma plataforma capaz de gerar produtos sustentáveis com base em resíduos industriais. Dos têxteis às fibras naturais, a mostra de produtos finais é variada e pretende ser autossustentável.

“Não se trata de um projeto de investigação. O que queremos fazer no Fibrenamics Green é incorporar todo o conhecimento científico numa situação específica que tem a ver com a valorização dos resíduos e convertê-los em produtos que possam ser valorizados no mercado”, explica Raul Fangueiro, da EEUM e coordenador do projeto. Os resíduos são utilizados, na maior parte das vezes, apenas como enchimento, pelo que o objetivo final do Fibrenamics Green é dar uma nova vida a estes materiais.

O projeto prevê a utilização de quatro tipos específicos de resíduos, nomeadamente os resíduos fibrosos – que provêm da indústria têxtil e do vestuário –, os provenientes da indústria das madeiras, os poliméricos e ainda os plásticos e os minerais. “Os resíduos fibrosos podem ser utilizados no isolamento térmico e acústico, os minerais estão a ser explorados nos revestimentos exteriores de fachadas de edifícios, ou seja, tentamos que cada resíduo tenha uma aplicação específica”, avança o investigador.

Dinamizado pela plataforma Fibrenamics e pelo Centro para a Valorização de Resíduos da UMinho, o Fibrenamics Green conta com 550 mil euros de investimento, 85% dos quais provêm de fundos comunitários do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e Norte 2020.

Ligado à sustentabilidade está também o projeto Travetec, que promete revolucionar os caminhos-de-ferro.

Desenvolver travessas para caminhos-de-ferro recorrendo a resíduos de plásticos mistos foi o mote do projeto Travetec. Este projeto visou apresentar uma aplicação técnica que permita reduzir a quantidade de resíduos de plástico. Dar uma nova vida aos plásticos mistos que não têm solução, a não ser o depósito em aterros sanitários, foi o objetivo do projeto Travetec, que terminou em outubro de 2014.

Os caminhos-de-ferro utilizam normalmente traves feitas de madeira ou betão. Contudo, por força de serem submetidos a tratamentos químicos complexos ou mesmo pelo seu peso, estes materiais deixaram de ser viáveis para este tipo de estrutura. Conceição Paiva, docente do Departamento de Engenharia de Polímeros e coordenadora do projeto, explica que “as traves de madeira dos caminhos-de-ferro têm mesmo de ser substituídas porque há legislação nesse sentido”. A investigadora reforça que já existem protótipos adequados para esta substituição em termos térmicos e mecânicos, mas que ainda têm alguns desafios pela frente até à sua implementação definitiva.

Os plásticos mistos têm sido uma solução adotada em países como os EUA, a Austrália e a Índia. Conceição Paiva não tem dúvidas de que o próximo desafio passará pela internacionalização: “É uma forma de substituir e poupar a madeira e estender o tempo de vida destes materiais que duram muito mais tempo”, sublinha a investigadora.

O projeto Travetec foi desenvolvido no Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da UMinho e teve um financiamento de 260 mil euros provenientes da Sociedade Ponto Verde. Contou ainda com o apoio de uma empresa portuguesa de tratamento de resíduos, a Extruplás, bem como do Centro para a Valorização de Resíduos da UMinho.
1
2
3
4
5
6
7