sexta-feira, 30/06/2017
O projeto Lamitech foi apresentado
na TECNET, um evento dedicado à tecnologia e criatividade. A apresentação teve
lugar nos dias 1, 2 e 3 de junho, em São João da Madeira, distrito de Aveiro.
Dinamizado pela
plataforma internacional Fibrenamics da Universidade do Minho (UMinho), o
projeto Lamitech decorre de uma
parceria com a ERT Têxtil Portugal, uma empresa que se dedica à laminagem de
superfícies para aplicação em mercados competitivos e orientados para estilos
de vida urbanos e modernos.
O Lamitech nasceu de dois projetos anteriores (financiados pelo QREN)
e visa dar a conhecer – diante de um público especializado – as vantagens
técnicas e económicas das tecnologias desenvolvidas no âmbito dos laminados
técnicos ativos com funcionalidades ao nível da energia, aquecimento,
interatividade e isolamento térmico e acústico. O grande objetivo deste projeto
demonstrador passa por converter tecnologia em produto, como sublinha Raul
Fangueiro, docente da EEUM e coordenador do projeto: “O Lamitech não tem tanto o cariz de desenvolvimento de conhecimento,
mas sim o de demonstrar perante o mercado que temos uma tecnologia válida e
vantajosa relativamente ao que existe atualmente”.
Um dos projetos
anteriores desenvolveu laminados multifuncionais com capacidade de geração de
energia – principalmente de dissipação de calor – que resultou num modelo desenvolvido
também para o interior de automóveis, com capacidade de aquecimento através da
tecnologia das fibras. O outro visou o desenvolvimento de revestimentos de
paredes interativos, onde – para além do isolamento térmico e acústico – também
oferecia a possibilidade de interagir com os utilizadores num determinado
espaço. “A partir daqui, avançamos para um projeto demonstrador destas duas
tecnologias, o Lamitech, que visa
sobretudo demonstrar tecnologias inovadoras e convertê-las em produtos, no
sentido de mostrar ao mercado as vantagens técnicas, económicas e
técnico-científicas das tecnologias que foram desenvolvidas e incorporadas nesses
produtos”, explica Raul Fangueiro.
Os
demonstradores criados a partir do Lamitech
subdividem-se em dois grupos: um arquitetónico, denominado de hexossensores, e
um automóvel, aplicável aos veículos elétricos. Os hexossensores são muito
utilizados em áreas como a reabilitação urbana, onde muitos dos edifícios têm
várias lacunas em termos de isolamento. Desta forma, o objetivo passou por
dotar estas construções de isolamento térmico e acústico. Por outro lado, a
equipa quis também conferir uma certa inteligência ao espaço, tornando-o também
interativo com o utilizador. “No que diz respeito à interatividade, criámos um
conceito baseado em sensores-atuadores que nos fornece informações
imprescindíveis como a luminosidade, a qualidade do ar e a temperatura da sala.
Por outro lado, temos também uma interação muito forte do nosso smartphone com esses modelos
demonstradores. Criámos, no fundo, uma interação entre o utilizador e o espaço
através da tecnologia”, explica Fernando Cunha, um dos investigadores do
projeto. Já o demonstrador automóvel – veículo elétrico – e partindo do
conceito de mobilidade elétrica, tentou compensar o que é o próprio carregamento
do veículo, através da incorporação de painéis fotovoltaicos flexíveis: “Aqui a
integração da tecnologia está em laminar, ou seja, de colar os painéis à capota
do próprio veículo. É uma tecnologia que não é fácil e que não está
acessível no mercado e
criámos, assim, uma mais-valia tecnológica e económica”, esclarece Fernando
Cunha.
O Lamitech e os seus modelos demonstradores foram apresentados na
terceira edição da TECNET, uma feira dedicada à tecnologia, às empresas, à
inovação e ao empreendedorismo. Dinamizado pela plataforma internacional
Fibrenamics da UMinho e pela ERT Têxtil Portugal, o projeto é cofinanciado pelo
Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no âmbito do programa COMPETE
2020, e conta com 359.900 euros de financiamento.
+ info: http://www.web.fibrenamics.com/pt/; http://www.ertgrupo.com/pt; http://www.tecnet.com.pt/