Ignorar Comandos do Friso
Saltar para o conteúdo principal
EN PT

Unidades de Interface da EEUM: TecMinho Voltar

segunda-feira, 30/04/2018   
A cooperação da Escola de Engenharia da Universidade do Minho com as indústrias local, nacional e estrangeira, autoridades locais e entidades públicas e privadas é normalmente desenvolvida através de contacto direto com grupos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) dos Centros de Investigação e de organizações de interface públicas ou privadas. A Escola de Engenharia mantém em elevada prioridade este tipo de atividade que lhe permite assegurar um entendimento da evolução das necessidades sociais, da integração dos seus graduados no tecido empresarial, e selecionar tópicos relevantes para investigação com sentido para o desenvolvimento nacional.
Entrevista com Augusto Ferreira, Diretor Geral da TecMinho:

Desde a sua criação em 1990, como tem sido a evolução da atividade da TecMinho? Quais os passos mais marcantes na sua história?
A TecMinho foi criada em 1990 por iniciativa da Universidade do Minho e da AMAVE – Associação de Municípios do Vale de Ave (então designada Associação de Municípios da Terra Verde). O Palácio de Vila Flor, em Guimarães, foi escolhido como a primeira sede da TecMinho. Nos primeiros anos da sua existência, a TecMinho conseguiu trilhar, com assinalável êxito para a época, um caminho inovador no sentido de estimular uma maior interação entre as comunidades universitária e empresarial. Investigadores e empresas começaram a pouco a pouco a trabalhar cada vez mais com a TecMinho no âmbito de projetos de I&D e de inovação, ao mesmo tempo que significativa atividade no domínio da formação contínua foi sendo desenvolvida.

Em 2002, a TecMinho deixou o Palácio de Vila Flor e instalou-se num dos edifícios da Escola de Engenharia no Campus de Azurém da Universidade do Minho, onde ainda hoje permanece. Mantemos também, desde há muitos anos, uma forte presença em Braga onde trabalha uma equipa da nossa área de Formação. Em 2007, esta equipa passou a desenvolver a sua atividade no Edifício dos Congregados da Universidade do Minho, no centro da cidade, onde dinamizamos um importante centro de formação.

A mudança da TecMinho para instalações da Universidade, quer em Guimarães quer em Braga, veio a revelar-se muito positiva na medida em que permitiu reforçar o papel que desempenhamos na valorização e transferência do conhecimento que é produzido na academia. Domínios de atividade como a proteção da propriedade industrial, a comercialização de ciência e tecnologia, o empreendedorismo e a formação (presencial e e-learning) conheceram desde então um acelerado desenvolvimento.

O trabalho desenvolvido pela TecMinho foi sendo, de resto, objeto de progressivo reconhecimento externo. Nos últimos anos recebemos vários prémios nacionais e internacionais que conferiram maior notoriedade aos nossos domínios de intervenção. Salientaria a este respeito, e a mero título de exemplo, o prémio Proton Europe Award, atribuído pela Comissão Europeia e pela Associação Europeia dos Profissionais de Transferência de Tecnologia (atual ASTP Proton) ao melhor “Plano de Valorização do Conhecimento a Nível Europeu”; o prémio COTEC Portugal que distinguiu a “Melhor Estratégia de Fomento do Empreendedorismo no Ensino Superior”; ou ainda o prémio Apoio à Iniciativa Empresarial, atribuído pela Comissão Europeia e pelo IAPMEI, concedido ao “Programa de Spin-offs da Universidade do Minho”.

Em 2013, com a obtenção da dupla certificação ISO 9001 (Gestão da Qualidade) e NP 4457 (Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação), a TecMinho tornou-se a primeira interface das universidades portuguesas a conseguir a certificação em Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI), sendo também uma das três primeiras organizações nacionais sem ter a forma jurídica de empresa a ser certificada em IDI.

Ao longo de 27 anos de existência, e só para dar alguns exemplos que ilustram a dimensão da nossa operação, a TecMinho envolveu nas suas atividades mais de 800 docentes e investigadores universitários, estabeleceu 480 contratos de I&D e promoveu cerca de 700 tecnologias em Portugal e no estrangeiro. Apoiámos o registo de quase 300 pedidos de patentes. Na área do empreendedorismo apoiámos individualmente mais de 1000 empreendedores, assim como a criação de 120 empresas, das quais perto de 50 têm o estatuto “spin-off da Universidade do Minho”. Na área da formação organizámos mais de 2400 cursos (presenciais e em modalidades e-learning) para cerca de 35.000 formandos. Considerando a totalidade das atividades realizadas no âmbito de todas as principais áreas de intervenção, a TecMinho trabalhou já com cerca de 5700 empresas e outras entidades.

Como se articula a ligação investigador – interface – indústria?
A TecMinho estruturou, ao longo dos anos, um conjunto de serviços de apoio aos investigadores relacionados com a transferência de conhecimento e que são complementares às atividades de investigação. A nossa equipa tem trabalhado cada vez mais com a comunidade científica no sentido de identificar, proteger e comercializar tecnologias e outros resultados de investigação.

Entre as atividades dirigidas aos investigadores, asseguramos serviços de proteção de resultados de Investigação e Desenvolvimento (I&D), prestando informações sobre questões de Propriedade Industrial (PI), facilitando o acesso a bases de dados de PI e apoiando a elaboração de pedidos de patentes, marcas e design. Damos suporte à comercialização de ciência e tecnologia, participando na negociação e redação de contratos de I&D e de licenciamento de tecnologias, e implementando ações de marketing tecnológico. Apoiamos a organização de ações de formação asseguradas por docentes dirigidas a públicos qualificados de empresas e outras organizações. Oferecemos ainda apoio aos investigadores na definição da proposta de valor e na elaboração de planos de negócios nos casos em que é decidido fazer chegar aos mercados soluções inovadoras através da criação de novas empresas.

A TecMinho não é, obviamente, a única via na Universidade do Minho pela qual investigadores e empresas podem trabalhar em conjunto. Os investigadores ou os centros de investigação também interagem diretamente com os agentes económicos situados fora da universidade. Porém, ao profissionalizar um conjunto de serviços complementares às atividades de I&D que facilitam a transferência de tecnologia e de conhecimento, incluindo suporte em termos contratuais, administrativos e financeiros, a TecMinho reúne ótimas condições para juntar as comunidades académica e empresarial e agilizar atividades conjuntas como a investigação contratada, investigação colaborativa, acordos de transferência de tecnologia, acordos de licença de propriedade industrial, consultoria especializada, formação contínua para quadros qualificados, etc.

A relação Universidade-Empresa tem nos últimos tempos sido muito densificada graças a projetos de I&D e de inovação implementados a partir de necessidades identificadas nas empresas, as quais esperam encontrar resposta nas competências científicas detidas pelas universidades. E neste domínio o envolvimento dos investigadores da Escola de Engenharia tem sido fundamental para concretizar projetos e serviços contratualizados entre a TecMinho e as empresas. O espetro de colaborações com o tecido empresarial tem tido maior ou menor caráter de formalidade, maior ou menor grau de intensidade e de novidade científica e tecnológica. Mas tem sido muito gratificante ver soluções inovadoras desenvolvidas com o apoio dos investigadores da EEUM terem sucesso no mercado, dando resposta efetiva a necessidades importantes das empresas que connosco trabalham.

Em que medida a colaboração de investigadores da EEUM nas atividades da interface TecMinho contribui para potenciar a ligação à indústria?
O envolvimento de investigadores da EEUM tem sido fundamental para a realização das atividades da TecMinho. Em particular, as parcerias que têm sido estabelecidas com empresas tendo em vista a realização de projetos e prestação de serviços de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e de inovação têm contado com uma ampla participação de investigadores da UMinho, a maioria dos quais da Escola de Engenharia.

Atualmente, qual o capital humano com formação base na EEUM?
Atendendo à diversidade de competências que são necessárias para assegurar atividades relacionadas com a valorização e transferência de conhecimento, a equipa nuclear da TecMinho é sobretudo multidisciplinar. Contamos com vários engenheiros formados na EEUM, assim como temos profissionais com formação em áreas tão distintas como a gestão, direito, relações internacionais, marketing, educação, sociologia, psicologia, entre outras.

+ info: http://www.tecminho.uminho.pt/